9 de dez. de 2008
4 de dez. de 2008
Forum de Internet Política
Artigo publicado em 4 de dezembro de 2008
Este ano o Forum de Governança da Internet ocorre em Hyderabad, Índia entre os dias 3 e 6 de dezembro. A Cidade do Conhecimento coordena no Brasil um projeto de participação remota, um “Remote Participation Hub” onde será possível interagir com as sessões principais.
A partir dessa mobilização, nossa proposta é criar um grupo de discussão em torno do tema Governança da Internet. Ou seja, não queremos ficar no evento mas promover esse debate ao longo de 2009, construindo neste blog um Forum em que as dimensões políticas, geopolíticas e de economia política da governança venham para primeiro plano.
Assim poderemos compartilhar referências e informações, fomentar uma discussão aprofundada sobre sub-temas e continuar a produzir conteúdo em língua portuguesa e multimídia, colaborativamente, dando assim corpo a uma voz coletiva que reverbera na Índia e também ao redor do mundo.
Governança, Neutralidade da Rede, Privacidade, Acesso ao Conhecimento e Emancipação Digital integram uma agenda que veio para ficar. Gostaríamos de promover o florescimento de uma comunidade em torno desse desafio.
Mesa: P2P na USP
Como parte da vigília para acompanhar o IGF 2008, realizamos na USP, na sexta-feira, dia 5 de dezembro, às 8 horas da manhã, uma mesa-redonda sobre “Open Education”, com a finalidade de avaliar o marco regulatório da USP nessa área e o papel da universidade no contexto de uma sociedade que ao mesmo tempo valoriza cada vez mais o conhecimento e, nem sempre de modo consistente, regula os fluxos de informação entre os pares (exemplo - debates sobre uso de redes P2P nas universidades).
O debate será transmitido ao vivo pela IPTV USP (link para IGF), mas pode ser acompanhado por quem estiver no campus, ao vivo, no laboratório da Cidade do Conhecimento, localizado no Depto. de Cinema, Rádio e TV da ECA (prédio 04, Térreo).
Participantes Confirmados
Ewout ter Haar, CEPA
André Leme Fleury, POLI
Gilson Schwartz, ECA
Participação remota no IGF
A Cidade do Conhecimento promove neste evento uma criativa mistura de atividades culturais com cidadania global. Pesquisa e debate com música e arte. Nossa vigília na madrugada alinha vários fusos numa transmissão ao vivo com geração de conteúdo em portugês, em tempo real, no blog e no Twitter (#igf2008). Comentários e idéias do público serão postadas mediante cadastro prévio e moderação.
6 de dezembro - 00:30 – Lançamento do álbum nag-leaf com a participação de Thais Duran
Haverá registro em video de depoimentos colhidos durante a Vigília pela Liberdade na Rede. Wifi disponível, música ao vivo e quitutes indianos serão oferecidos aos participantes que visitarem o laboratório da Cidade do Conhecimento no CTR-ECA-USP.
Cidade do Conhecimento e GeMA 2008 - Confraternização de Fim de Ano
Entre os projetos que estão associados à Cidade do Conhecimenbto e ao programa GeMA está o “Interconexões Humanas”. Trata-se de uma “pesquisa-programa-ação” liderada pela Rede “Da Quebrada pra Estrada”. Essa iniciativa propõe o uso criativo de formas simples de transmissão de dados pela internet para promover o encontro de artistas, educadores e produtores culturais em países de língua portuguesa. As primeiras atividades envolvem rappers de Maputo, Moçambique e São Paulo, Brasil.
Transmissão ao vivo pela IPTV USP, no canal IGF
Essa atividade é uma iniciativa do grupo de pesquisa “Cidade do Conhecimento” (Depto. de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP) em parceria com as seguintes entidades:
Organização das Nações Unidas (ONU), Internet Governance Forum
Diplo Foundation
Ministério da Cultura do Brasil
Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo
Prefeitura Municipal de Santo André
Ordem dos Advogados do Brasil
Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT) da USP
Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA) da USP
Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação (NUPEF) da Rede de Informações do Terceiro Setor (RITS)
Internet Group (iG)
Kaizen Games
R.epense
Isobar
Garimpo de Idéias
Fábrica de Idéias Cinemáticas (FICs)
Fluxstreets
Fundação Vanzolini
Cidade Escola Aprendiz
Instituto voz
Centro de Estudos Brasileiros, Embaixada do Brasil, Maputo, Moçambique
Grupo Capulana HipHop
Coordenação-Geral
Gilson Schwartz
Coordenação do “Remote Participation Hub IGF 2008″
Pedro Campos
Colaboradores
Alessandra Zago
Andre Gustavo
Andre Leme Fleury
Cleber Fraga
Daniel Oppermann
Daniela Pellin
Dario Pato
Ewout ter Haar
Fernando Capeletto
Guilherme Marin
Ivan Davis
Jose Paulo Martins
Marcelo Henrique Pereira
Maurício Oliveira
Patricia Demarchi
Paulo Edson “Índio” Oliveira
Pedro Belasco
Pedro Schwartz
Rafael Baliu
Thais Duran
Thalyta Thassia
Nossos agradecimentos especiais a Marilia Maciel, Seitii Arata e demais parceiros da DiploFoundation e da iniciativa IGF Remote Participation Hub.
Forum de Internet Política
Artigo publicado em 4 de dezembro de 2008
Este ano o Forum de Governança da Internet ocorre em Hyderabad, Índia entre os dias 3 e 6 de dezembro. A Cidade do Conhecimento coordena no Brasil um projeto de participação remota, um “Remote Participation Hub” onde será possível interagir com as sessões principais.
A partir dessa mobilização, nossa proposta é criar um grupo de discussão em torno do tema Governança da Internet. Ou seja, não queremos ficar no evento mas promover esse debate ao longo de 2009, construindo neste blog um Forum em que as dimensões políticas, geopolíticas e de economia política da governança venham para primeiro plano.
Assim poderemos compartilhar referências e informações, fomentar uma discussão aprofundada sobre sub-temas e continuar a produzir conteúdo em língua portuguesa e multimídia, colaborativamente, dando assim corpo a uma voz coletiva que reverbera na Índia e também ao redor do mundo.
Governança, Neutralidade da Rede, Privacidade, Acesso ao Conhecimento e Emancipação Digital integram uma agenda que veio para ficar. Gostaríamos de promover o florescimento de uma comunidade em torno desse desafio.
Mesa: P2P na USP
Como parte da vigília para acompanhar o IGF 2008, realizamos na USP, na sexta-feira, dia 5 de dezembro, às 8 horas da manhã, uma mesa-redonda sobre “Open Education”, com a finalidade de avaliar o marco regulatório da USP nessa área e o papel da universidade no contexto de uma sociedade que ao mesmo tempo valoriza cada vez mais o conhecimento e, nem sempre de modo consistente, regula os fluxos de informação entre os pares (exemplo - debates sobre uso de redes P2P nas universidades).
O debate será transmitido ao vivo pela IPTV USP (link para IGF), mas pode ser acompanhado por quem estiver no campus, ao vivo, no laboratório da Cidade do Conhecimento, localizado no Depto. de Cinema, Rádio e TV da ECA (prédio 04, Térreo).
Participantes Confirmados
Ewout ter Haar, CEPA
André Leme Fleury, POLI
Gilson Schwartz, ECA
Participação remota no IGF
A Cidade do Conhecimento promove neste evento uma criativa mistura de atividades culturais com cidadania global. Pesquisa e debate com música e arte. Nossa vigília na madrugada alinha vários fusos numa transmissão ao vivo com geração de conteúdo em portugês, em tempo real, no blog e no Twitter (#igf2008). Comentários e idéias do público serão postadas mediante cadastro prévio e moderação.
6 de dezembro - 00:30 – Lançamento do álbum nag-leaf com a participação de Thais Duran
Haverá registro em video de depoimentos colhidos durante a Vigília pela Liberdade na Rede. Wifi disponível, música ao vivo e quitutes indianos serão oferecidos aos participantes que visitarem o laboratório da Cidade do Conhecimento no CTR-ECA-USP.
Cidade do Conhecimento e GeMA 2008 - Confraternização de Fim de Ano
Entre os projetos que estão associados à Cidade do Conhecimenbto e ao programa GeMA está o “Interconexões Humanas”. Trata-se de uma “pesquisa-programa-ação” liderada pela Rede “Da Quebrada pra Estrada”. Essa iniciativa propõe o uso criativo de formas simples de transmissão de dados pela internet para promover o encontro de artistas, educadores e produtores culturais em países de língua portuguesa. As primeiras atividades envolvem rappers de Maputo, Moçambique e São Paulo, Brasil.
Transmissão ao vivo pela IPTV USP, no canal IGF
Essa atividade é uma iniciativa do grupo de pesquisa “Cidade do Conhecimento” (Depto. de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicações e Artes da USP) em parceria com as seguintes entidades:
Organização das Nações Unidas (ONU), Internet Governance Forum
Diplo Foundation
Ministério da Cultura do Brasil
Secretaria Municipal da Saúde da Prefeitura Municipal de São Paulo
Prefeitura Municipal de Santo André
Ordem dos Advogados do Brasil
Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT) da USP
Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA) da USP
Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação (NUPEF) da Rede de Informações do Terceiro Setor (RITS)
Internet Group (iG)
Kaizen Games
R.epense
Isobar
Garimpo de Idéias
Fábrica de Idéias Cinemáticas (FICs)
Fluxstreets
Fundação Vanzolini
Cidade Escola Aprendiz
Instituto voz
Centro de Estudos Brasileiros, Embaixada do Brasil, Maputo, Moçambique
Grupo Capulana HipHop
Coordenação-Geral
Gilson Schwartz
Coordenação do “Remote Participation Hub IGF 2008″
Pedro Campos
Colaboradores
Alessandra Zago
Andre Gustavo
Andre Leme Fleury
Cleber Fraga
Daniel Oppermann
Daniela Pellin
Dario Pato
Ewout ter Haar
Fernando Capeletto
Guilherme Marin
Ivan Davis
Jose Paulo Martins
Marcelo Henrique Pereira
Maurício Oliveira
Patricia Demarchi
Paulo Edson “Índio” Oliveira
Pedro Belasco
Pedro Schwartz
Rafael Baliu
Thais Duran
Thalyta Thassia
Nossos agradecimentos especiais a Marilia Maciel, Seitii Arata e demais parceiros da DiploFoundation e da iniciativa IGF Remote Participation Hub.
Cidade do Conhecimento no Forum de Governança da Internet
Este ano o evento ocorre em Hyderabad, Índia entre os dias 4 e 6 de dezembro. A Cidade do Conhecimento coorndena no Brasil um projeto de participação remota baseado no uso de HUBs regionais onde participantes podem interagir com as sessões principais do Forum de Governança da Internet.
A proposta é criar um grupo de discussão em torno do assunto Governança da Internet e a partir daí gerar um fórum no blog : http://cidade2.ig.com.br/category/igf-2008/ o que consideramos um serviço de utilidade pública. Através desta iniciativa pretendemos compartilhar informações e referências, fomentar a discussão, e produzir conteúdo multimidia colaborativamente que represente uma voz coletiva a ser ecoada na Índia e ao redor do mundo em relação aos temas Governança da Internet, Neutralidade da Rede, Privacidade, Acesso ao Conhecimento e Emancipação Digital.
Pedro Campos
vozesdigitais.blogspot.com
1 de dez. de 2008
29 de nov. de 2008
25 de nov. de 2008
Para além dos muros
são os muros o problema
não é a sêca são as cercas o problema
é que o muro diz algo deselegante sobre o vizinho
Cansei de abrir muro na marreta
mas como pedir ao muro licença?
Os muros das casas são altos
para não deixar ninguém entrar
os muros das prisões são altos
para não deixar ninguém sair
muro baixo pra quem está fora
muro alto pra quem está dentro
murros não derrubam o invisível muro
se cada um se fechar em seu mundo
Do outro lado do muro
preso no apartamento com televisão
Do outro lado do morro
preso no engarrafamento do rádio
Do outro lado do mundo
prisão de muros murmúrios pra mim
Sonhei que posso passar spray
nas pedras dos muros das casas do mundo
Gatos caem dos muros altos dos outonos
outras primaveras outras rosas outros donos
Prefiro ser ponte ser morro ser tudo
ser nada cercado ser muro
onde moro onde esmurro palavras
no muro na grama na calçada
Ser muro onde o morro desabou grave
No meio do muro tinha uma árvore.
Cláudio Laureatti
laureate@bol.com.br
24 de nov. de 2008
Fazer um som
Sentir a vibração do tempo
Conduzir o som
Bater no peito
Bater a cara no vento
Cheirar o som
Gritar a música
Estourar os tímpanos da mesmice
E arrepiar a alma
Thaís Duran
www.myspace.com/thaduran
21 de nov. de 2008
Meu canto
É o grito engasgado
A noite sofrida
O coração enganado
A saudade contida
O meu canto
É um canto perdido
No choro escondido
Em um dos cantos
Que me parecem tantos,
De um quarto esquecido!
Thaís Duran
www.myspace.com/thaduran
10 de nov. de 2008
2 de nov. de 2008
30 de out. de 2008
INTERCONEXÕES HUMANAS
maputo - são paulo
Uma Pesquisa-Programa-Ação DQPE:
Formação de Redes e Artivismo Hiphop.
Transmissão ao vivo pela IPTV USP
ATENÇÃO ! ! !
O link para assistir ao vivo a transmissão será disponibilizado neste site no dia e horário da transmissão. Segue link próximo aqui.
Este projeto é realizado em parceria com:
Cidade do Conhecimento 2.0
CEB Maputo (Centro de Estudos Brasileiros)
Capulana HipHop
Data e horário local:
01 de Novembro de 2008
Transmissão São Paulo - 14h30
Lab. Cidade do Conhecimento - CTR/USP
Transmissão Maputo - 18h30
Centro de Estudos Brasileiros de Maputo - MZ
26 de out. de 2008
24 de out. de 2008
23 de out. de 2008
19 de out. de 2008
Aos Heróis

Indivíduo dividido
separado do todo,
arrancado do abrigo
dormente no engodo.
Indivíduo disfarçado
no que odeia e ama,
no caminho do bem
encontra tua cama.
Indivíduo dilacerado
pela dor que não ensina
fruto do pecado
de sua mãe vagina.
Indivíduo duvidoso
guerreiro asceta
de ser bom é orgulhoso
e ainda se acha poeta.
Daniel Maciel
www.cinestesis.blogspot.com
www.catastropicos.blogspot.com
17 de out. de 2008
9 de out. de 2008
Criação do Universo
por cada grão de silêncio ...
As peles desenrolam-se inteiramente, prontas para tornarem-se
pergaminhos ...
E os olhares então, aceleram os corações, culminando no mais espetacular
e impactante dos beijos ...
Big bang ...
Marcelo Roque
Fazendo Amor
Os corações entrelaçados e fincados à beira de um precipício ...
Os lábios em rota de colisão com o Sol ...
E as pontas dos lençois amarradas ao manto negro da noite,
derramando assim, sobre nossa cama ...
Um mar de estrelas ...
Marcelo Roque
8 de out. de 2008
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
Que ninguém viu?
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro está no estrangeiro.
Onde está o dinheiro?
Eu vou procurar e hei de encontrar
E com o dinheiro na mão
Eu compro um vagão
Eu compro a nação
Eu compro até seu coração.
Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
Que ninguém viu?
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro está no estrangeiro.
Onde está o dinheiro?
No norte não está
No sul estará?
Tem gente que sabe e não diz
Está tudo por um triz
E aí está o .X.
E não se pode ser feliz.
José Maria de Abreu - Francisco Mattoso - Paulo Barbosa
21 de set. de 2008
19 de set. de 2008
Transgressão
ser o não ser
que querem que seja
que querem que veja
Quem não vêem o que é
ser
ser o não ser
Que nega o que é
Que é o que nega
Por não ser o que é
ser
ser o não ser
o que ainda não existe
ainda que o ser resista
por desconhecer o que é
ser
ser o não ser
ainda seja
o ser que existe
mas que nega o que é
ser
ser o não ser
ainda que é o que não nega
mas resista ao que é
Hélio Rios
Marrom Sóbrio
Enquanto a doce cabrita dangola tergiversa;
a penumbra concorre com o cigaro mas não evita o transtorno da tentativa trêmule
de retomar a arte do sorriso lírico tantas vezes ignorado quanto incompreendido.
O mesmo sorriso cínico pseudo infantil que oferece carinho enquanto admoesta a alma,
numa fogueira de sofismas, ditos sorrisos dúbios, não aquecem o coração,
mas conferem entropia às nossas intenções desprovidas de pré-objetivos.
Descarto toda essa necessidade tórrida pela razão libertadora;
pela pseudo razão libertadora,
descrita por razões pseudo libertadoras.
Descarto todo esse jogo mesquinho dos que discutem a discussão,
para por a prova seus dotes da contemporânea dialética de superfície,
infames monólogos movidos à carência esquizofrênica de quem aprova a tal:
'auto-estima-pseudo-cultural-socio-político-acadêmica'.
Carrego antes a Bandeira de Manoel;
Percebo simplicidade amorosa e matemática de tudo aquilo,
que uma vez definido como sistema,
nos envolve, nos engole, nos reforma, nos transforma,
nos informa, nos transtorna, nos deforma e nos conquista.
Desarmado, arquiteto apenas jogos de cumplicidade mútuo expositivas.
Apenas metáforas infantis e que de tão infames,
turvam a atmosfera de um marrom sóbrio que cintila.
Fernando Capeletto
fc@usp.br
14 de set. de 2008
Antônio, Sapato
de que eu não tenho sapato
vivo na rua e lata eu cato
porque eu não tenho sapato
com o que cato faço meu prato
porque eu não tenho sapato
cercado de resto de lixo e ratos
porque eu não tenho sapato
no momento não tenho futuro exato
porque eu não tenho sapato
anjo mulher sonho abstrato
vê se me traz um sapato
desse sistema sou um retrato
de pé no chão sem sapato
dessa cidade sou carrapato
descalço sem sapato
te ameaço de assassinato
só pra roubar seu sapato
não me provoque ou eu te mato
e já não me importa o sapato.
Alan Christian
Simples X Complicado
porque simples é a arte.
Simples também é a vida
Tão ao todo como em partes
Complicado é um conceito
complicado é o meu jeito
complicar é um defeito
pois o simples é reto e direto
mas o complicado existe
complicada é a ciência
o complicado persiste
essa é nossa tendência
simplicidade é amar
simplicidade é viver
complicado é explicar
o que é tão simples saber
complicação é uma máscara
que oculta a verdade
para que você não perceba
que a verdade é simplicidade.
Alan Christian
HOSPÍCIOS
Cuidado!! Há perigo dormindo na calçada.
Eles podem te prender, te trancafiar.
Eles querem te calar com eletrochoques.
Não deixar você voltar pra essa vida cruel.
Não deixar você voltar pra esse mundo cão.
Louco é você que tá querendo me internar.
Praxedes Chinês
excomungados@zipmail.com.br
sag@black.br
99% ou mais esquartejados
4 Pretos daquele jeito
Derrube o feto
Sementes de poesia com asas
Lamento dos orixás
Borboletas vivem só 24 horas
Re-pousei pra pensar carta
por um fio de alforria
Samba não tinha esse nome
Brasil não existia porém a fome
era sobremesa posta sobre a mesa
Tendo lançado seu rosto
seu braço seu nome seu posto
sobreviveu a si mesmo o negro
Mais de 300 anos provam
que os deuses o amavam
Zumbe palavras em mil palmares
Calcanhares de Aquiles dos deuses deles
São Malês que vêm pra bem periafricanizar
a periferia – periafricania
Lá vem descendo o morro o malandro
Quilombo dos casais dançando
Samba já tinha carta na manga
Brasil já tinha capoeira mandingueira
até Getúlio ão proibiu o jogo do povo
Outros descansam as rimas as armas
Dedutivo Indutivo Dialético Ritmo
Dj introduz Bahia Rio SP grafite
Negro verdadeiro toca 2 pandeiros
sem pagar simpatia nem falso
sorriso branco
Claudio Laureatti
laureate@bol.com.br
www.saraudoquerô.blogspot.com
8 de set. de 2008
Fudeu, fiz uma rima.
Acordei sem quase nada na cabeça
Toda essa história de bola e esmola
Tudo martelando na cuca
E nada de solução
Cada pessoa uma vida
Uma educação
Mas no final todos deitam no chão
Ixi, fiz uma rima, fudeu!
Leandro Bertola
leandro.bertola@ig.br
Apoético
bola com esmola
foda-se a métrica
final, prorrogação, e daí?
fundo, fundo do poço
lá, lá, lá, tigum
nadei no nada
acordei no tudo
tudo nada, é sonho
real sou eu
tempo, espaço
curvo
Guilherme Marin
guilherme.marin@gmail.com
7 de set. de 2008
24 de ago. de 2008
e ao meio dia os pássaros cantam em paz
A terra, as flores o azul e mais
amanhã bastará o pão
as flores e os amores brotarão do chão
será a vinda de um furacão?
beberei das letras que giram em ti
como o alcatrão o amor amarga em nós
Se esta noite cantou-se a paz
e cercaram o ceu azul de lilás
contempla.
Lucas Freitas
20 de ago. de 2008
New York Jazz
e o trumpette do Chet Baker
ao fim de um longo túnel: paz.
New York Jazz sitiada por fantasmas
que querem embarcar no metrô e os
hispânicos e hindus viraram árabes
nas avenues.
Fecho os olhos para ouvir Philip Glass
Antes que a TV me convença que
Manhattan está no quintal de minha casa.
New York soterrada e exala o cheiro
de milhares de assuntos sem gavetas.
New York Jazz distorcida,
talvez maquete num museu em Hiroshima:
Drum´in Bass na cabeça de um tempo
sem ternura.
Paulo Almeida
Plínio
do mar,
do vento,
dos mortos mais vivos
do que nunca.
Escritores,
desertores,
suicidas
e ninguéns quais a mim
Kamikases,
fáceis,
espocando sob o solidáriasdos trópicos.
Alguém me falou de áliens:
Poe Guinsberg?
Espera, Marcos,
Que chego com noites sujas, Com Rugas para a dançarinosDos sobreviventes,
com ruas para transformar
em circo
e pão para os pombos
e indigentes.
Paulo Almeida
pauliletras@bol.com.br
18 de ago. de 2008
Desencontros encontrados
Cada passo um século, cada palavra uma descoberta. E o íntimo vai assim... encontrando a sua vez, seu porquê, empilhando sensações e sabotando a razão. De repente, descoberto, com a tez a mostra, encontra-se no espelho, surpreso, ofegante: um achado.
Fabio Aubin
Tudo pelo social
Entreter-me com coisas insignificantes.
Coisas da vida.
Ser maestro da passarada,
guia das formigas
perdidas
no concreto partido.
Afinal, sou cidadão, um ser social.
Construirei barracos com madeira nobre,
duram mais.
Cauê Lundi
Da estética
enlatadas
vaporizadas
mágicos e invisíveis andaimes
erguendo o emplo substrato
mesmice
individualidades que convivêm
na gasta fórmula cinza
ethos coletivo do vazio
Bianca Alves Costa
Natureza Humana?!
Os homens nas celas,
Aprisionados, eles, são
“animais” que nessa natureza se revelam.
Vejam como como se debatem,
como se rebelam,
mas quando soltos se
perdem na transformação social da “selva”.
Vejam os pássaros nas árvores,
voando e entoando o grunhir
de seus melodiosos cantos.
Vejam os homens percorrendo caminhos.
Interagindo-se
integrando-se em suas populações.
Vejam a liberdade que os une,
em torno do ciclo que se chama comunidade.
Vejam este elo sendo quebrado,
e a fome, a miséria tornando-os
Cada dia um beco sem saída.
Vejam esta sórdida solução das grades
e vejam a história sendo repetida
Cauê Lundi
Aptos ante o inóspito,
optam um fluxo(não íntimo)
reter no oco. Aptos, mas
míseros são os cactos
-com espinhos abstêm-se os
cépticos.
Cético: ser como cacto
signo ereto de acúleos,
Ressentir do silêncio
das folhas, conformar-se
à demência dos galhos
ser convicto sem fruto.
Fabio Aristimunho
fabioaristimunho@yahoo.com
Ironias de sublimação
hoje,
sou cético.
O que me dirá Deus?
Já fui de tudo quase tudo.
Um pouco, quase tudo.
Hoje vejo com olhos o ouvido.
Ouço e não distinguo o que
sou.
Sou meta....anti...mudo.
Aliás
O mundo anda muito
Dá tantas voltas que já nem
fico tonto.
O sono?
Embalo com cevada e música
de nhém nhém nhém
Olá, tudo bem?
Vai se foder!!!
Meu bem.
Cauê Lundi
17 de ago. de 2008
Estranhos Íntimos
Leite desnatado
Cidadão sem cidadania
adoçante sem açúcar
amor sem amante
estrada sem caminhos
Insônia sem sono
Alegria descontente
Gozo sem risada
Confiança cética
Christiano de Almeida Dutra
Um lugar no nosso espaço
levemente modificado a cada momento seguinte, para
que não me chateasse, porém, só levemente, porque
mudanças bruscas me pareceriam teatro e eu não
sentiria que, na verdade, movia-me.
Um lugar de vozes, outrora de um silêncio preenchido
por tantas lembranças de sons. Nem um minuto sequer,
por respeito que fosse, de total amplitude vácua, de
espasmo, nunca estava nula enfim, mas sempre no
ritmo que antecedia o momento, que já dito, nada mais
era do que prolongado.
Um ligar de filtros e válvulas de escape, o que sabia até
o momento vestia-me de coragem e assim eu existia
para quem percebesse, e uma outra realidade, tantas
outras realidade, vivas, no mesmo lugar, aceitariam ou
desprezariam o que eu oferecia sem saber, despejando
em seguida, uma concepção barata, vulgar e ofensiva,
elevando o mínimo exposto ou empobrecendo mais um
milagre que, ainda que escondido, respirava e
repensava em todos os cantos do lugar.
Assim me parecia o que venho fazendo, colocando
respiração a respiração, uma perna na frente da outra,
ou entrelaçando-as num momento de respiração maior.
Assim eu me enxergava, de dentro de outras pessoas
que era um mistério, não menor do que eu era a mim.
Tatiane Bernardi
8 de ago. de 2008
Pra quem ainda vier a me amar
"
Quero dizer que te amo só de amor. Sem idéias, palavras,pensamentos. Quero fazer que te amo só de amor. Com sentimentos, sentidos,emoções. Quero curtir que te amo só de amor. Olho no olho, cara a cara,
corpo a corpo. Quero querer que te amo só de amor. São sombras as palavras no papel. Claro-escuros projetados peloamor, dos delírios e dos mistérios do prazer. Apenas sombras as palavras nopapel. Ser-não-ser refratados pelo amor no sexo e nos sonhos dos amantes.
Fátuas sombras as palavras no papel. Meu amor te escrevo feito um poema de carne, sangue, nervos e sêmen.São versos que pulsam, gemem e fecundam. Meu poema se encanta feito o amordos bichos livres às urgências dos cios e que jogam, brincam, cantam e
dançam fazendo o amor como faço o poema. Quero a vida as claras superfícies onde terminam e começam meusamores. Eu te sinto na pele, não no coração. Quero do amor as tenrassuperfícies onde a vida é lírica porque telúrica, onde sou épico porque
ébrio e lúbrico. Quero genitais todas as nossas superfícies. Não há limites para o prazer, meu grnade amor, mas virá sempreantes, não depois da excitação. Meu grande amor, o infinito é um recomeço.Não há limites para se viver um grande amor. Mas só te amo porque me dás o
gozo e não gozo mais porque eu te amo. Não há limites para o fim de umgrande amor. Nossa nudez, juntos, não se completa nunca, mesmo quando se tornamquentes e congestionadas, úmidas e latejantes todas as mucosas. A nudez a
dois não acontece nunca, porque nos vestimos um com o corpo do outro, parainventar deuses na solidão do nós. Por isso a nudez, no amor, não satisfaznunca. Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não
preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos de completar. Somos, um para ooutro, deliciosamente desnecessários. O amor é tanto, não quanto. Amar é enquanto, portanto. Ponto.
"
Roberto Freire
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
Ha Mulheres.
o corpo
o corpo da mulher
o corpo de ideias da mulher
o corpo de imagens da mulher
ha mulheres
ha mulheres que pensam o corpo
ha mulheres que pensam o proprio corpo
ha mulheres que pensam com o corpo
ha mulheres que pensam atraves do corpo
ha mulheres que pensam para o corpo
ha mulheres que pensam a partir da ideia de corpo
ha mulheres que pensam a partir do corpo da ideia
ha mulheres que pensam a partir da imagem de corpo
ha mulheres que pensam a partir do corpo da imagem
ha mulheres que pensam
a mulher.
(Lenora de Barros)
There are Woman
the woman´s body
the woman´s body of ideas
the woman´s body of images
there are women
there are women who think the body
there are women who think the own body
there are women who think with the body
there are women who think through the body
there are women who think for the body
there are women who think from the idea of body
there are women who think from the body of the idea
there are women who think from the image of the body
there are women who think from the body of the image
there are women who think
the woman.
(Lenora de Barros)
30 de jun. de 2008
Manifesto da Antropofagia Periférica
A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor. Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.
A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula. Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do "ter ou não ter...". Do cinema real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, querem substituir os barracos de madeira.
Da Dança que desafoga no lago dos cisnes. Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.
Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.
É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que, armado da verdade, por si só exercita a revolução.
Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.
Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.
Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.
Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior. Miami pra eles? "Me ame pra nós!".
Contra os carrascos e as vítimas do sistema.
Contra os covardes e eruditos de aquário.
Contra o artista serviçal escravo da vaidade.
Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.
É TUDO NOSSO!
Poema-panfleto
Poema-panfleto
Preso por vender livros
Levo minha liberdade comigo
Livros
Presos
Estão prendendo
A língua que falamos
A língua de Eulália
Estão caindo de pau
No Curso de Lingüística Geral
Estão levando os livros
Para inquérito policial
Ficção e romances impedidos
É proibido
Preso por vender livros
Minha caneta está grávida
Esta quebra é sintática
Estão levando preso Madame Bovary
O Pai Goriot, Lord Jim, Quincas Borba
E toda Ilustre Casa de Ramires
Que palavra busco no dicionário:
Retirada/Repressão. Que dicionário?
O dicionário foi sentenciado
Seja ele inglês espanhol latim hebraico
Vários Escritos presos
Presos Gregório, Florestan, Caio Prado Jr.
E os Lusíadas estão proibidos
Preso por vender livros
Cláudio Laureatti
O Milagre da Poesia
Sou poeta,
E como poeta posso ser engenheiro
E como engenheiro
Posso Construir Pontes com versos
Para que pessoas possam passar sobre rios,
Ou apenas servir de abrigo aos indigentes.
Sou poeta,
E como poeta posso ser médico
E como médico
Posso fazer transplantes de coração
Para que pessoas amem novamente,
Ou simplesmente receitar poemas
Para tristezas com alegrias
E alegrias sem satisfação.
Sou poeta,
E como poeta posso ser operário
E como operário
Posso acordar antes do sol e dar corda no dia,
E quando a noite chegar, serena e calma,
Descansar a ferramenta do corpo
No consolo da família, auto peças de minha alma.
Sou poeta,
E como poeta posso ser um assassino
E como assassino posso esfaquear os tiranos
Com o aço das minhas palavras
E disparar versos de grosso calibre na cabeça da multidão
Sem se preocupar com padre, juiz ou prisão.
Sou poeta,
E como poeta posso ser Jesus
E como Jesus
Posso descrucificar-me,
E sem os pregos nas mãos e os fanáticos nos pés
Andar livremente sobre terra e mar
Recitando poesia em vez de sermão.
Onde não tiver milagres
Ensinar o pão
Onde faltar a palavra
Repartir a ação.
Sergio Vaz
17 de jan. de 2008
Nego bom nego ruim,
Nego branco nego negro,
não faz nenhum mal pra mim,
que eu já não tenho emprego.
Em minhas mãos sinto fraqueza.
Nem seguro a vela acesa.
Já não tenho mais defesa
contra o time da “nobreza”.
Quero ouvir com mais clareza.
Quero ver pra ter certeza.
Sentir cheiro de franqueza
quando falar de pobreza.
Todo dia com certeza,
tem faisão naquela mesa
enquanto, ai deus, que tristeza
eu mato a velha e magra rês.
Pois o leite não sustenta
os meus filhos e um se atenta.
Vai correndo pro vizinho roubar milho pra polenta.
E a “nobreza” se lamenta.
Diz: “de tudo a gente tenta”.
E pra acabar com a morte lenta
inté esquadrões inventa.
Nunca soube o quê é perder.
Já nem sei mais o que é vencer.
De lutar na vou parar.
E aconselho o mesmo a vocês.
Já não tenho o punho forte,
já não bato o pé no chão .
Mas ainda não temo a morte, sul ou norte: fome ou pão...
Neste mundo o que mais falta,
Eu vos digo e digo alto:
é cultura, e das mais altas,
mesmo em ruas sem asfalto.
E a “nobreza” se lamenta.
Diz: “de tudo a gente tenta”.
E pra acabar com a morte lenta,
[veja]
Inté esquadrões inventa.
Chico Melo
Quando eu vir tudo
terei virtude.
Quando eu vir, tudo eu terei,
Virtude.
Quando eu vir tudo eu,
terei virtude.
Quando eu vier, vir tudo,
com virtude, terei tudo
Quando tudo vier, virei,
virtude terei de ter.
Quando tiver virtude,
terei nada
e será tudo.
Tudo é virtude.
Será nada, sem virtude.
Vejo, agora, parte.
Parto.
Pedro Campos
Elasteço limites
Burlo trâmites
Explodo em tráfego
Tráfico de sentimentos
Momentos temos
Momenâneo somos
O arco que sou e envergodobra-se infinitamente
Se enxergo este mar aberto e navego quieto
Doce da certeza
De uma vida bela posta
Queria dissecar a consciência
E descobrir as formas
Do aparente incontrolável
É assim amadurecer
Ter a cada dia o prazer
De supostamente aprendero que interiormente já se sabia
Botei meus sonhos no prego
Pra sustentar uns delírios
Kleber Gutierrez
A mim parecia assim, um momento, prolongado,
levemente modificado a cada momento seguinte, para
que não me chateasse, porém, só levemente, porque
mudanças bruscas me pareceriam teatro e eu não
sentiria que, na verdade, movia-me.
Um lugar de vozes, outrora de um silêncio preenchido
por tantas lembranças de sons. Nem um minuto sequer,
por respeito que fosse, de total amplitude vácua, de
espasmo, nunca estava nula enfim, mas sempre no
ritmo que antecedia o momento, que já dito, nada mais
era do que prolongado
Um lugar de filtros e válvulas de escape, o que sabia até
o momento vestia-me de coragem e assim eu existia
para quem percebesse, e uma outra realidade, tantas
outras realidades, vivas, no mesmo lugar, aceitariam ou
desprezariam o que eu oferecia sem saber, despejando
em seguida, uma concepção barata, vulgar e ofensiva,
elevando o mínimo exposto ou empobrecendo mais um
milagre que, ainda que escondido, respirava e
repensava em todos os cantos do lugar.
Assim me parecia o que venho fazendo, colocando
respiração a respiração, uma perna na frente da outra,
ou entrelaçando-as num momento de respiração maior.
Assim eu me enxergava, de dentro de outras pessoas
que eram um mistério, não menor do que eu era a mim.
Tatiane Bernardi
Posto e enjaulado em favelas.
Novo local, onde iras fazer fama.
Infeliz exilado ao céu proclama
Lamentos perdidos em sórdidas ruelas.
È a abolição, grito preso na goela.
Troca o chão pela cama.
Lavar-se, tirar a lama.
Soltar os grilhões, ter algo na panela.
Agora na mente, liberdade.
Há um olhar de devaneio.
Nas lembranças da vida, saudade.
O tempo passa, estou no meio.
Meio do bem, meio da maldade.
Fruto do fim, semente da sociedade.
Adelson Santana
grande e profundo
passo a desacreditar do amor.
Tenho medo de vê-lo como
borboletas que só vivem 24 horas
mas elas insistem em
sobrevoar minha luz
Cada vez que ancoro meu barco
é tão somente para
repousar 24 horas
e, como numa lei, volto
ao grande mar
sozinho e aflito.
Autor desconnhecido.
Quisera e não pudera ser tantos
Que a vida lhe poupasse de prantos
Perdi todo o cuidado por mim
E o que me falta algo que não fosse triste assim
Quero a cronicidade das horas
De poder voltar a cada novo dia
Como se apagasse o ontem
Com a oportunidade de corrigir o que foi ruim
Mas tudo já foi gravado no impiedoso calendário
E a folhinha do espírito santo traz nova mensagem
Farei diferente tudo de novo
Em mais um capítulo deste delicioso martírio
Que é a incerteza das horas
Horas doces, tão rápidas
horas amargas , de longas esperas
horas certas, do rádio a avisar
horas de nada fazer
os relógios param, nem que seja só por um instante
e combinamos ninguém muda e o registro já está feito
não conheço ninguém que ontem era íntimo
serei outro a partir de hoje - o de sempre
Christiano de Almeida Dutra
Preso por vender livros
Levo minha liberdade comigo
Livros
Presos
Estão prendendo
A língua que falamos
A língua de Eulália
Estão caindo de pau
No Curso de Lingüística Geral
Estão levando os livros
Para inquérito policial
Ficção e romances impedidos
É proibido
Preso por vender livros
Minha caneta está grávida
Esta quebra é sintática
Estão levando preso Madame Bovary
O Pai Goriot, Lord Jim, Quincas Borba
E toda Ilustre Casa de Ramires
Que palavra busco no dicionário:
Retirada/Repressão. Que dicionário?
O dicionário foi sentenciado
Seja ele inglês espanhol latim hebraico
Vários Escritos presos
Presos Gregório, Florestan, Caio Prado Jr.
E os Lusíadas estão proibidos
Preso por vender livros
Cláudio Laureatti
Torpor
Por um momento pretendo manter o controle
Firmo meus pés no chão
Ohos atentos à minha volta
Planejar, projetar,progredir
Refletir
È importante revisar os acontecimentos recentes
De repente, por um lapso
Ou se é caso pensado, não sei
Procuro a insanidade a todo custo
Abrindo mão de acordos
Auto-pré-estabelecidos comigo mesmo
E mais ninguém
E mergulho no vinho
E me embriago
E quando o torpor por vir
Me agarro com todas as forças
E prendo por horas, dias, semanas, segundos
Aí dentro crio o meu mundo
Então tudo passa logo
E acontece que
Antes mesmo da ressaca
Retoma a voz dentro de mim a gritar
Ego, super-ego
É, o ID não poderia estar sozinho
Lúdico
Nestas questões me pego a pensar aflito
Se devo ou não ter controle
Pois as sensações que invadem o meu peito
E que com a velocidade de um turbilhão
Entram e saem, explodem
Estas, amigo, já conheço de longa data
Pois sempre as carreguei comigo
Não respeitam minha vontade
Muito menos são previsíveis
Sou marionete delas, e gosto, e vivo
E olha que nem falei de amor ainda.
Pedro Campos
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