25 de mai. de 2016

DE TANTO INVERNO

Só o frio
abraçava os ossos
e havia cansaço
sim, um peso
nas pálpebras
envidraçadas
e nus os joelhos
criados-mudos
suportavam a casa
Mas nenhum ruir
de pessoa
nenhum caco
ousava se soltar
só um assovio
roía os trincos
dos porões
até virar grito
na prosa do vento

Um comentário:

Esther Alcântara disse...

Grata por divulgar minha poesia! ;)