21 de nov. de 2011

Sou Negro

meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs

Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.

Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso

Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou

Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...

Por Solano Trindade

2 de nov. de 2011

Vejo sobre o mundo nos jornais.
Leio sobre a vida nos romances.
Se quero mudar algo,
reclamo aqui no Facebook.
É tudo tão prático!
As alegrias já vem congeladas
e as tristezas requento no microondas...

Caio Leal Messias

31 de out. de 2011

Mistério do planeta
ou da meia noite

Miss histérica
Mister estéreo

Era só cada miss ter rio
e o mister rir

mais um r
mais um s

para o sol solar e o rio ir
e a assim a miss teria um mistério?

Giselda Gil

30 de out. de 2011

Segui, pelas ruas de minhas angustias.
Cheguei a pensar que não valeria à pena....
Quantas vezes, tombei? Não sei!

Me perdi. Fiquei zonza; acuada num canto escuro;
de solidão, ardendo..

Mas existe àquela força, sobrê humana,
Que age secreta e envolvente,
Forte como o fogo;
Brabas ondas de maré, à ressucitar terras novas;
enxurradas de sentimentalidades amadurecidas.

Os poemas são minha cura.
Onde em silêncio, incorporo infinitos.
Que invadem meus segredos à descreverem -
litoranêos de Deus!

Emergir o corpo expelindo faíscas de vida - levantado pela alma;
Corpo ancorado notra vida - dentro desta.
Alma em marfim. Alma que transporta!

veralynpoeta

29 de out. de 2011

Fantasia da flor

Ela era tão bonita
a melhor companhia
não existe dia triste
acabou tanta agonia
tirou o bêbado da corda bamba
deu visão a quem não tinha
encharcou o campo seco
espantou a nuvem fria
e calou o choro feio com uma linda poesia

De tanta coisa boa que existe
Ela recusa autoria
Que o maior prazer incide
Em viver a liberdade
Não ser dono do universo
Compreender a igualdade
Todo mundo diferente
Diferença é roupagem

há de quem dela duvide
sua efêmera profecia
como a vida de uma flor
que se fecha ao fim do dia
antes tarde do que triste
Andes triste fantasia

Beto Mattos

pandeiro e o relicário

eu ando dentro dos seus passos
sou uma sombra que sente dor
a sobra da tua luz
o laço que o sol não desatou

ando perdido em palavras
e você não me achou
fui na feira comprar fato
achei teu casco coro de rato
um pandeiro desafinado
e o chato de um animador

Beto Mattos

27 de out. de 2011

A vida é minha deixa...

As ruas sussurram
Esquinas se beijam
Olhares perfuram o escuro
Pichadores maculam igrejas
Eu fujo sem que me vejam
Maluco beleza
Obscuro igual Raul Seixas
A vida é minha deixa

Já acumulo tantos murros em pontas de faca
Que mal consigo contar nos dedos as vezes em que estive em apuros, saca?
Igual um bebe chutando do útero
Eu luto pelo futuro
Sem nem um puto no mundo adulto e babaca

Eu não durmo mais eu sonho
Componho no turno noturno
Não controlo o rumo das minhas canções
Entre letras e números tretas e outros absurdos
Eu quase perdia a razão, tive as minhas razões

Eu não represento o senso comum, tudo que eu penso é incomum é denso, é tenso é a vida vista no zoom

Perdida, desperdiçada, despedaçada
pra mim prometida
parte partida
parte de carga pesada
meio inibida
pouco tentada
beleza testada
tudo ou nada
sonho acordado
vivendo meu sonho
sonhando a minha vida
meto o pé na estrada
eu to decidida
a não ficar muda
eu vou fincar minha raiz
sou bruta flor
crescer e ser pra sempre um aprendiz
de feiticeiros
poetas
guerreiros
e na certa
com amor e tolerancia
eu vou chegar na minha meta
to numa viajem de perguntas
a procura de respostas
ponho fé na minha conduta
e pago o preço da aposta
to pronta pra jogar
nesse selva de concreto
pra perder
ganhar
pelo justo pelo certo

eu me imponho uma nova melodia
eu me alimento de um novo dia

Kl Jay, Aori e Lívia Cruz

25 de out. de 2011

A Palavra

Hoje, venho te falar

da razão pela qual a Palavra está

vivendo o seu apogeu nesse mar

de sons, dons e tons tão colorido.

E que não vivemos mais aflitos

perdidos sem saber falar

a língua que eternamente nos dá

aquilo que procuramos ou sonhamos

por sermos conscientes que

a capacidade de se expressar é

verdadeiramente uma comunicação incrível!

Pois, ela pode construir ou destruir

os elementos que estão no lugar

porque, é só querer ou deixar

e logo se vê tudo consumido.

Portanto, podemos afirmar

que a Palavra tem força e poder,

importando com isso apenas ser

ouvida e bem compreendida

para, que a comunicação recebida

se torne realmente o canal

desse bem ou mal

em nossas próprias vidas.



By Silvio Parise

12 de out. de 2011

A RUA É O MEU LAR

ERRANDO PELAS RUAS DA LINDA CIDADE
LÁ VAI A POBRE CRIANÇA DESALENTADA
MAGRINHA, FAMINTA, DESCALÇA, QUASE NUA.
AONDE VAI? PERGUNTEI COM CERTA CARIDADE.
OLHANDO-ME COM TRISTEZA NÃO FALA NADA.
DIGA-ME MEU MENINO QUE IDADE É A SUA?

NÃO SEI MEU SENHOR, EU SÓ SEI QUE TENHO FOME.
NÃO SEI QUEM EU SOU, NEM QUAL A MINHA IDADE.
SÓ SEI QUE ME EXPULSARAM LÁ DO BUEIRO.
E AGORA A VONTADE DE COMER ME CONSOME.
OS ADULTOS ME TRATAM COM TANTA MALDADE.
POR FAVOR, MEU SENHOR ME DÁ ALGUM DINHEIRO!

LEVEI-O NA LANCHONETE E ELE COMEU.
VÊ-LO COMER SE ME APERTAVA O CORAÇÃO.
DISSE-LHE: PARA MINHA CASA VOU-TE LEVAR.
ELE ME OLHOU ASSUSTADO E ME RESPONDEU:
MEU SENHOR, VIVER NUMA CASA NÃO QUERO, NÃO.
HÁ MUITO TEMPO QUE A RUA É O MEU LAR.

MAS MENINO, NA MINHA CASA VOCÊ TERÁ TUDO:
ABRIGO, ROUPA, COMIDA, ACESSO À EDUCAÇÃO,
PARA UM DIA ADULTO RESPONSÁVEL SE TORNAR.
ELE RESPONDE: ISSO PARA MIM NÃO É TUDO
QUERO LIBERDADE! UMA CASA É PRISÃO.
PORQUE INSISTIR SENHOR? A RUA É O MEU LAR.

VICTOR ALEXANDRE

9 de out. de 2011

Olá,

Diante de ti vejo a esperança. Como se a clareza da sua pele pertencesse a clareza da tua alma. Esse branco me presenteou no espaço que desejo. Como eu amo esse branco, essa liberdade. Te coroaria rainha do meu amor; tão bom te reconhecer ! Talvez você sinta essa poesia; talvez seja a própria e se faça a própria, da qual se deve viver e descrever. Não existe sonho em mim. Não desejo ser mais um abobado, desses que fantasiam o que não se pode ter. Existe o verdadeiro amor que desejo amar. Esse que desejo, mesmo sem saber o tamanho. E amarei assim mesmo. Entre não amar e amar, fico com a segunda opção, com o sim que sempre vem primeiro. Continuarei amando, mesmo ferido, ainda consigo acreditar. Amo pensar que sim: te amo. Seria esse o começo, o recomeço...seria a semente da aurora? Muitos dizem que semear é amar. Então amo e colho para te coroar. Prefiro não ser coroado. Prefiro amar. Observar o sorriso e sacrificar o próprio. Prefiro um coração dentro do meu próprio peito. Ah, se pudesse te tocar, como as cartas te tocam e as palavras entram pela retina nesse momento e o coração escuta. Talvez seja esse um momento, apenas segundos de inspiração para nós dois. de um pouco de inspiração para dizer tudo. Não sobre tudo, mas sobre um começo. Cheiro e gosto de inspiração para apressar a felicidade. Pelo menos um pouco. Onde irei chegar, não sei quando, não sei se chegarei...mas é lá onde prefiro estar. Amor é caminhar, mas que seja desse, um bom começo.

Fernando Coelho

8 de out. de 2011

LUAR BRUXINHA

LUAR VIVE NUMA ILHA,
PÉROLA DO ATLÂNTICO
COMO ELA É CHAMADA.
LEMBRA-SE DAQUELA TRILHA
DO PASSEIO ROMÂNTICO
QUANDO FICOU APAIXONADA.

E DEPOIS A VIDA ANDOU,
CASOU-SE E DIVORCIOU,
DOIS FILHOS, CRIOU SÓZINHA.
ESTÁ JÁ NA CINQUENTENA
E NA SUA VIDA AMENA,
TODOS A CHAMAM BRUXINHA!

ELA DESTESTA A MALDADE
NÃO PODE VER INJUSTIÇA
QUE NESTE MAU MUNDO SE FAZ
É SEMPRE PELA VERDADE
E POR VEZES ATÉ BRIGA.
MAS GOSTA DE VIVER EM PAZ.

GOSTA DE COISAS BONITAS
COMO PINTURA E POESIA.
TAMBÉM AMA A NATUREZA.
SUA ILHA TEM COISAS LINDAS
VENDO O MAR SE EXTASIA
COM TODA AQUELA BELEZA.

O QUE ELA ESTÁ ANSIANDO
COM ISSO VIVE SONHANDO,
É A CHEGADA DO AMOR.
ESPERA UM HOMEM SENSÍVEL
QUE EM TUDO SEJA AO SEU NIVEL
EM ESPECIAL NO AMOR.

NA TENTATIVA PRIMEIRA
ELA FOI MUITO INFELIZ
MAS NA ILHA DA MADEIRA
A BRUXINHA SERÁ FELIZ.

Victor Alexandre
A humildade não está na pobreza,
não está na indigência,
na penúria, na necessidade,
na nudez e nem na fome.
A humildade está na pessoa que tendo
o direito de reclamar, julgar, reprovar
e tomar qualquer atitude
compreensível no brio pessoal, apenas abençoa.
Uma ótima semana

Walter Souza

28 de jul. de 2011

Sensação de continuidade por linhas eletrônicas justapostas

Ininterrupto acúmulo de ídolos,
musas em pó,
legado da televisão eterna
para os adoradores de logotipos
cultuarem o não ser,
fim comum onde nada basta.
Televisões lançam luzes
nas esquinas decoradas pelo progresso
por onde a doutrina das latas de cerveja
enrola nas tardes as línguas de jornal,
afrouxa as gravatas
e autoriza motins às sextas-feiras.

Marcos Vieira Lobo

O LAVRADOR

AINDA DE MADRUGADA
LEVANTA-SE O LAVRADOR
PARA SUA TERRA SAGRADA
IR CUIDAR COM VALOR.
DA ALVORADA AO ANOITECER,
NO SUOR DO SEU ROSTO,
TRABALHANDO POR GOSTO,
AO FRIO OU AO CALOR,
VAI A TERRA REVOLVER.
PARA PODER PLANTAR,
PARA PODER SEMEAR,
PARA TIRAR ALIMENTO.
EMBORA NO MOMENTO
NINGUÉM LHE DÊ VALOR.

LÁ VAI O LAVRADOR
Á SUA LIDA COSTUMEIRA
TRATAR À SUA MANEIRA
A TERRA QUE DEUS DEU.
O HOMEM QUE É RICO
MAIS O HOMEM POLÍTICO
DESPREZAM O LAVRADOR.
AO TRABALHO NÃO DÃO VALOR.
MAS ELE JUSTO E RETO
CURVADO OU ERETO,
Á FORÇA DO SEU BRAÇO
TIRA DO SOLO ALIMENTO,
QUE O RICO NÃO DESPREZA.
E QUE SERIA BEM ESCASSO
SE O POBRE LAVRADOR,
NA SUA TRISTE POBREZA
OU EM ORGULHO SEU,
PARASSE DE TRABALHAR
A TERRA QUE DEUS DEU!

Victor Alexandre

27 de jul. de 2011

Gaea

Senão do Caos aflora ao píncaro desnudo
A primogênese do então penumbro Olimpo:
Torrentes férteis jorram por seu farto busto
- Abunda a láctea ambrosia em tom retinto!

Senão em cálido fragor a Noite agarra
Ao cerne à mais primeva Mãe em leito à Terra;
Em desabafo, a Urano Gaea então narrara
O triste fardo qual tal sina ao ventre encerra

- Ao fim, à solidão resulta em pleno ápice
Senão mais lúrido auspício: arauto harúspice,
Evoca ao âmago materno à eterna Nêmesis:

"Nascei, oh Deus! E, ante ao Parthenon tal ágape,
Tornai a Mim tal como Hefesto ao fogo é cúmplice
- Fazei do olímpio gôzo Teu parthenogênesis!"

Diego Aurélio

Gaea

Senão do Caos aflora ao píncaro desnudo
A primogênese do então penumbro Olimpo:
Torrentes férteis jorram por seu farto busto
- Abunda a láctea ambrosia em tom retinto!

Senão em cálido fragor a Noite agarra
Ao cerne à mais primeva Mãe em leito à Terra;
Em desabafo, a Urano Gaea então narrara
O triste fardo qual tal sina ao ventre encerra

- Ao fim, à solidão resulta em pleno ápice
Senão mais lúrido auspício: arauto harúspice,
Evoca ao âmago materno à eterna Nêmesis:

"Nascei, oh Deus! E, ante ao Parthenon tal ágape,
Tornai a Mim tal como Hefesto ao fogo é cúmplice
- Fazei do olímpio gôzo Teu parthenogênesis!"

Diego Aurélio

26 de jul. de 2011

co-rege

a emoção era tanta, tudo emergia e pairava ao meu redor erguendo em poesia corpo e espírito, enchi os bolsos de pedra pra não voar, ainda não estava pronto. quero ver o vazio crescer dentro de você até romper todos os tímpanos com seu grito desabafo estridente apaixonada, engolir com colher de arroz, que este velho mundo doente permita à cura novidade se abrir em oferenda qual botão de flor.

pedro campos

25 de jul. de 2011

bueiros digitais

sem pesadelos
nem doces sonhos
sexo, amor, desejos
atuam realidades
palavras são chaves

erguem no pulso a poesia

pensamentos selos
abrem as janelas
causam acidentes
a inundar cisternas
transbordam emoções

erguem no pulso a poesia

tais cidades especiais
anunciam rios janeiros
edições arremessadas
às fagulhas aleatórias
light on plenos espaços

erguem no pulso a poesia

ondulam linhas tortas
tritongos selvagens
zoológicas perspectivas
avatares emaranhados
a fugir os doze macacos

Marcelo Dust, Pedro Campos e Rafael Pieroni

bela rita demasi

formosa figura
tua poesia solar
emana a imagem

intensamente pura
sensata no olhar
flagrante paisagem

desvia e conduz
delicada silhueta
vibrante e carnal

nuance meia luz
fogosa em conflito
divindade animal

invade o silêncio
maculando ruído
bruto formato vil
ante sensualidade
sinal provocante
em cada recorte

sensível presença
caliente arrepio
venenosa e viril
decote bronzeado
cor emocionante
suavemente forte

ah néctar exalante
suor tez beleza
dissipando nuvens

desejos delírios
nua pele morena
sabor de um beijo

incendiário pavio
contorno a adorna
dia e noite enseja

ares de serpente
chamar-te tereza
carícias amantes

pedro campos

OlhOs arregalados

Essas tuas palavras-lâmina-algodão que a um só tempo desferem golpes profundos e amaciam meu entregue coração.

Vou transformar teu sorriso em arte. Pintá-lo, enquadrá-lo e pendurá-lo em cada uma das pontas dos fragmentos do meu coração. Teu sorriso quando se faz largo, quando se faz perverso, quando se faz Monalisa.

O vazio e a plenitude a transbordar
Enquanto atônitos meus olhos vislumbram
A lua a lamber as águas do mar.

Mirella Martius e Pedro Campos

poético facto

poesias do mais puro nexo
palavras bem selecionadas
imitações assim assaltadas
o singelo diário escondido
seu verbo na frase medida
distinta em própria norma
é fibra rija e também latex
abarca evolui se trasforma
inspira, instiga a estimular
transpiração e criatividade
é ação, desejo a encontrar
agora é preciso ter atitude
colocar em prática virtude
temprana a aguda verdade
que o nosso valor significa

pedro campos

14 de jul. de 2011

I

seja
verta
corrige
prepare
conjugue

uma na outra
lava tuas mãos
enquanto purgas
cura tuas chagas
acordar e dormir

sou
fui eu
depois pai
ser hei avô
para então filho

pedro campos

11 de jun. de 2011

Vozes Digitais

Vozes Digitais atualiza publicações de autores não aclamados. Propõe um conceito próprio e original para poesia insinuada em fotos, desenhos, músicas, podcasts, videos, infinitas possibilidades e extensões. Enfim, sugere veredas e abre conexões para os portais do Instituto Voz e da Cidade do Conhecimento.

O Cosmonauta navega o Universo da rede através das iniciativas mais autênticas e inovadoras que encontra pelo caminho. Cosmopolita e autodidata ele é curioso, utiliza criativamente os multimeios para expressar ideias e influenciar atitudes.

As Trilhas indicam direção e sentido que orienta o vetor compreendido nesta manifestação artística. Apresenta todos os vídeos analisados neste estudo, a rota percorrida e o destino para onde aponta e se inclina.

As entrevistas em vídeo representam rico material de Domínio Público, com alguns trechos mais relevantes transcritos e aberto a comentários. Um espaço para promoção dos idealizadores desta intervenção cultural que presta um serviço de utilidade pública.

Vozes é um espaço aberto para livre opinião. Onde as pessoas podem soltar sua voz, exercer a liberdade de expressão e assim realizar o mais pleno exercício da cidadania. O som encontra seu Eco neste pano de fundo que encerra a jornada virtual. Nele estão contidos meus dados pessoais, Curriculos Vitae e Lattes e esta dissertação de mestrado.

11 de mai. de 2011

Citadel

From my citadel I see the world
Images unfocused dance in symmetrical windows
await the arrival of new conflicts
New questions

get what life gives them the
Bitter or sublime

From my citadel I see the world, and
Dirty of surprise
I look in the mirror smiling
Inert, beatenCitadel

All layers of faded faces

In my city the pain goes away
Between bombs, splinters and bruises
For myself screaming voice that was not

In my city I'm not wanted
I'm a river, I'm nothing.

by Nick harrison

8 de mai. de 2011

Maternidade é um ato
e não se fundamenta no fato
De que a mulher nasceu para ser mãe.
Amor materno é construção
Que se sustenta no desejo
E não na imposição.

As mulheres quando meninas
Desde bem pequeninas
Aprendem cedo a cuidar.
Delas é esperado
Um papel determinado
Sem direito a reclamar.

Mas, ante exigências sociais
Há que haver uma distinção:
Bom mesmo é ser mãe real
Com ou sem tempo integral

Porém, sem idealização.

Mães não são fabricadas
Nem podem ser sufocadas
Em seu canto de desabafo.

É prazer e sofrimento
Descoberta e lamento
Que compõem a relação.

Iná Nascimento

5 de mai. de 2011

CRÔNICAS?

Queria compor uma crônica aguda. Câncer terminal, desses que leva antes da hora os miseráveis dependentes de hospitais públicos. Todos viciados usuários (!) ou, pelo menos, assim tratados.
Revolucionária. Como aquelas de outrora, que ainda tingem de preto promissores jovens de classe media esbaldados em bebidas, cigarros e outros importados; vomitando palavras de ordem em balcões de bares, cuja presença é mais alta que o dinheiro do mês de muito trabalhador brasileiro. Um exemplo de usuários bem tratados. Mas ‘apenas’ viciados.
Um crônico motosserra pra falar do fogo e de tudo que se queima nas churrasqueiras. A cor-de-carne como a força do sertanejo, do agricultor, do pedreiro e do mendigo.
Escandalosa, dessas que viram capa de jornal e de revista, mas o papel que se perca, vá pro lixo, se desmanche e se recicle, renovando-se escandaloso outra vez. “Cruz credo”, como dizia minha avó. Estão todos babando de vontade de ser feliz.
Enfim, que seja bem festiva! Samba enredo pra disfarçar de alegria nosso verdadeiro carnaval.
Por outro lado, me sinto frágil, incapaz de ta tal plágio, sou um mentiroso dissimulado: prefiro ficar aqui fazendo piada das minhas infelicidades, a ter que compactuar com essa que se mostra tão cruel e metódica – desde tempos em que o minuano era um refrigerante

Wagner Melo Oliveira Melo.

30 de abr. de 2011

Quando morro.
Morro.
Quando durmo.
Meio morro.
Sonho.
No sonho relembro.
Sou vivo.
Então,
Levando-me.
Com Preguiça.
Para agir.
Para me auto convencer.
Sim estou andando,
Comendo,
Bebendo,
Mijando-cagando.
Aja tanta ação para viver.
prefiro o quietismo.
Na sombra de nosso pomar.
(risos)

Moisés.

28 de abr. de 2011

Antes de mim

Antes de mim
O ESPELHO
Refletiu teu desespero
Antes de mim
O SILENCIO
...Invadiu teu coração
Antes de mim
PALAVRAS
Espectros em teu cérebro
ANTES DE MIM
INTERROGAÇÕES CAVAM TUA ALMA

Alfredo Leão

28 de mar. de 2011

Onde cabe o mundo?

No mar o entardecer
são as pedras que me esperam
e derivam por minha chegada
pro meu silencio quebrar

Atrás da pedra o vazio
o som, o silencio que não existia
o canto da sereia, canto do mar
o mundo dentro da concha

Beto Mattos

16 de fev. de 2011

Minha culpa

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem

Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem...

Sou um reflexo...um canto de paisagem

Ou apenas cenário! Um vaivém



Como a sorte: hoje aqui, depois além!

Sei lá quem sou?Sei lá! Sou a roupagem

De um doido que partiu numa romagem

E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...



Sou um verme que um dia quis ser astro...

Uma estátua truncada de alabastro...

Uma chaga sangrenta do Senhor...



Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,

Num mundo de maldades e pecados,

Sou mais um mau, sou mais um pecador...



Florbela Espanca

8 de fev. de 2011

A vida Marcio

Meia noite
daqui um minuto será outro dia
os televisores estão ligados
muitos adormecem para receber o domingo
eu o recebo acordado e de braços abertos.

Recebo o primeiro dia da semana
o último dia de descanso.
A vida já não tem tanto valor
de repente penso, quando tivera?

A história do mundo se baseia em guerras.
A vida nunca teve valor para aqueles que querem só os valores.
Eu quero a vida
tão somente a vida agora.

Vidal Marinho

26 de jan. de 2011

Caxára de fórfe
Cúspere de grilo
Bícaro de Pato
GOOORRR!!!!!

...XV!! Cra, cra, cra
XV!! Cra, cra, cra

Asara de barata
Nhéque de Portera
Já que ta que fique
GOOORR!!!

XV!! Cra, cra, cra
XV!! Cra, cra, cra

Veio numa Kombi véia
Sem óio de breque
Di ócros de Raibã
GOOORRR!!!

XV!! Cra, cra, cra
XV!! Cra, cra, cra

Carcanhá de bode
Tôcera de grama
Já que ta que fique
GOOORRR!!!!!

hino do XV de piracicaba

21 de jan. de 2011

veja

o espelho
olha
a cada um
de um modo

pedro campos
antes das seis depois das cinco

uma estrela
pouco acima do por-de-sol

o horizonte
(nenhuma palavra)

a beleza em silêncio se basta

Márcia Maia

MALUCO S.A.

pânico? paranóia?
que porra é essa?
não me extressa!
a minha loucura
não tem pressa.

Karla Sabah

16 de jan. de 2011

monóico

deus é menina
tem cachos eu acho
talvez seja negra
não a vi de frente
percebi pelo cheiro
de flores queimadas
de incenso e fumaça
que veio com o vento

foi tal o deleite
na manhã de sol
que pensei
tão bonita
e assim
perfumada
só deus

líria porto

11 de jan. de 2011

atriz

quem me visse assim chorosa
pensaria estar doendo
eu diria é fingimento
nas horas que sofro mesmo
não derramo uma lágrima
pareço igual uma rocha
com o mar batendo

líria porto

FODÁSTICA

denizis, creio em nós

Não acredito em cegonha,
em papai noel, natal, ano novo.
não acredito em políticos,
em reis, em leis, nos mitos.

creio em ti, porque em ti me vejo
e me encontro comigo mesmo.
e só assim creio em mim,
já que em mim não minto
o que sinto quando te vejo,
quando te abraço, quando te beijo.

Cairo Trindade

antropofagia

escrevo para
comer alguém
eq. alguém
me coma
com todos
os pressentidos
q. este poema
contém

Aroldo Pereira

Baladinha de máscaras

Quanto mais maquiagem,
mais cicatriz.

E a gente segue acreditando
que é preciso se esconder
pra ser feliz.

Ronaldo Coelho Teixeira

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