27 de jul. de 2011

Gaea

Senão do Caos aflora ao píncaro desnudo
A primogênese do então penumbro Olimpo:
Torrentes férteis jorram por seu farto busto
- Abunda a láctea ambrosia em tom retinto!

Senão em cálido fragor a Noite agarra
Ao cerne à mais primeva Mãe em leito à Terra;
Em desabafo, a Urano Gaea então narrara
O triste fardo qual tal sina ao ventre encerra

- Ao fim, à solidão resulta em pleno ápice
Senão mais lúrido auspício: arauto harúspice,
Evoca ao âmago materno à eterna Nêmesis:

"Nascei, oh Deus! E, ante ao Parthenon tal ágape,
Tornai a Mim tal como Hefesto ao fogo é cúmplice
- Fazei do olímpio gôzo Teu parthenogênesis!"

Diego Aurélio

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