3 de jun. de 2010

Pássaro

Não construirei fortaleza ao redor de mim
Resistirei em me manter aberto a sentir
A privacidade é uma faca de dois gumes
Exposto ao mundo vivo em consonância social
Meu peito nu sente o vigor do vento
simplicidade é a verdade pura e essencial
liberdade envolve risco, assumo-os
metas podem confundir ao tornarem-se opacas
minha vitória está em perseguir objetivos
viver é mais difícil à sensibilidade aguçada
Na raíz dos problemas também estão as soluções
Se o coração convulsiona, energizo mente e pernas
Recilclo frustrações em experiências boas
Sabedoria ao ouvir o Atman atentamente
Ler sutilezas da vontade a orientar atitudes
Sem hesitar, afirmo meus propósitos
Acaso a Fortuna se me afasta e esconde
Me aproximo da Virtude criando suspense
Felicidade já é núcleo em meu domínio
Centrado me inclino e projeto
A direção guardada no íntimo
O amor ainda me estranha, encaro
Que me reservará o destino, futuros frutos?
Nas curvas me encolho, prudente observo
Em retas estico a toda velocidade
Há momentos porém que realmente
Não sei aonde ir, não me faço de rogado
Insisto no que acredito certo
Caminhos são abertos a facão e enchada
Patino no óleo das convicções desvanecidas
A vida comporta alguma contradição, conflitos
Os sinais são sutis, apreender é aprendizado
Nirvana cala tudo em mim, vazio contemplo
A verdadeira força está no contato com o cosmo
Entenda como é intuitiva a liberdade
Pureza é valor, se a tem, preserve
A esperança supera toda expectativa
Sinto a vida pulsar e avanço curioso
Iluminaçao é o caminho para os auspiciosos
Buda está ao meu lado e dentro de mim
Bodhisatva quero ser e prossigo, eu sinto
O que queremos está sim ao nosso alcance

Pedro Campos