Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos e esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.
O silêncio d quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Adélia Prado
18 de jul. de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2015
(110)
-
▼
julho
(45)
- Quem?
- Atento
- Constatações
- Poema fácil
- A antesala do silêncio.
- A MALDIÇÃO DE NARCISO
- ILIMITROFE
- Casamento
- ESCRITO EN LOS BORDES
- Alta Tensão
- RECIPROCIDADE
- Homero
- ABRAHAM
- Irrealidade do real
- Dei asas ao pensamento
- The Meaning of the Shovel
- Regime democrático :
- AFORISMO XXII
- Engenho poético
- The Peace of Wild Things
- Time Passes
- LLAMAMIENTO
- Limites
- Fresta
- Esperança
- Silêncio
- D'ela
- Alquimia
- We say love
- DESVIRGINAR
- Mágica
- HONRA AO MERITO
- POLITICA
- Canta América
- Tem gente com fome
- Pátria Enganadora
- REVERSO
- ALTAR
- Vento
- SOLRISO
- Abraço sem fim
- Movimento
- isso é um poema
- reclusão semiaberta
- Voz
-
▼
julho
(45)
Nenhum comentário:
Postar um comentário